sábado, 13 de outubro de 2012

desejo-corpo-deleuze-kafka-foucault-nietzsche-tom zé

Isso respira, isso aquece, isso come, isso caga, isso fode [1/p.11] isso encontra-se metamorfoseado num inseto monstruoso [3/p.13], que para nada presta, que se defende, que se recusa ao serviço e à comunicação [1/p.18], comunicação desorganizada, onde só há ruído, um ciciar doloroso, impossível de se evitar, que só no primeiro momento mantém a clareza anterior das palavras, para destruir seu som de tal forma que não sabe-se ao certo se havia ouvido direito [5/p.18]. Isso que é produzido em seu próprio lugar [1/p.20], que serve de superfície para o registro de todo o processo de produção do desejo [1/p.24]. Desejo sorri, e esquece, pois desejo é uma criatura do momento, anda pelos caminhos intermináveis de seu corpo, certo de que ele, ou ela, está só: o único habitante do reino crepuscular [3/p.24]. Diferenças podem, assim, dizer respeito ao modo de sujeição [3/p.27]existe um código de registro particular que não coincide com o código social ou que só coincide para parodiá-lo [1/p.29]avante! A nossa velha moral é coisa de comédia [4/p.13], aquele que nasce sem nome e sem cabedal não pode trazer o peso de um pecado original [6], e pode então ser infinitamente livre e errante, de absoluta irrestrição [4/p.157].

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ELEMENTOS:

1. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. 1 ed. Trad. Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Ed. 34, 2010.
2. FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque. 7 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2002.
3. KAFKA, Franz. A metamorfose. Trad. Marcelo Backes. São Paulo: L&PM POCKET, 2010.
4. NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral. Trad. César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
5. SANDMAN. São Paulo: Editora Globo, n 16, fevereiro de 1991.
6. ZÉ, Tom. Pecado Original. In: Correio da Estação do Brás. São Paulo: Continental, 1978.